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Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho. Thich Nhat Hanh
Este fim de semana a pedido do JF fomos para a cozinha fazer um bolo. Apanho os ingredientes necessários e vou deitando na taça enquanto ele vai misturando.
Chegou a vez de juntar o chocolate em pó e o recipiente tinha pouca quantidade.
-Porque é que temos pouco chocolate?
-Porque a mãe ainda não comprou mais.
-Porquê?
-Tenho de comprar quando for às compras mas este ainda chega para agora.
-Não compres não! Depois choras que queres e não tens!!!
(Este miúdo tem com cada uma )
Ontem o pai foi busca-lo à escola e viu que ele não estava no pátio a brincar. Perguntou-lhe e ele disse que estava de castigo.
Quando cheguei a casa falei com ele e fiz-lhe as recomendações de se portar bem para não ficar de castigo.
Hoje a caminho da escola, lembrei-o que tinha de pedir desculpa e que queria que se portasse bem para levar a bolinha verde no final do dia.
Ao qual ele responde:
-Mãe, ontem levei bolinha vermelha mas porque eu gosto mais do Benfica do que do Sporting.
As respostas dele deixam-me os cabelos em pé
Hoje de manhã a despacha-lo para ir para a escola, digo-lhe:
- Despacha-te JF vamos chegar atrasados mais uma vez.
Nas suas calmas responde:
-Calma mamã, sou só um.
-Então e eu quantas sou?
-Tu és ... duas!
De manhã com o stress para o tirar de casa não sei se ria se chore
Ontem quem despachou o JF para ir para a escola foi o pai então só o vi à tarde quando o fui buscar. Quando chegou ao pé de mim tinha os ténis brancos novos calçados.
-Quem escolheu esses ténis? - Perguntei-lhe
-Foi o pai.
-Mas Esses são os ténis novos e mesmo agora vão ficar todos esfolados. Tens de ter uns ténis mais novos para quando saímos filho.
- Oh mãe, estes sapatos também têm de vir à escola não podem ficar sempre fechados em casa!!!
(à noite contei ao pai e tinha sido o JF que escolheu os ténis para calçar)
Ontem falando sobre o dia do pai e o que estava fazendo na escola.
-Estou a fazer o desenho para te oferecer pai.
Como ainda faz os desenhos um bocado abstractos, perguntei-lhe
-Então e como desenhaste o pai? Com muito cabelo ou careca? Magrinho ou gordinho?
Vira-se para o pai e pergunta:
-Pai, és gordinho?
O Pai diz--lhe que não.
Fica pensativo e responde:
-Eu fiz-te gordinho.
Basicamente que desde dezembro que não ia à escola dois isolamentos profiláticos e quando terminou o último foi tempo de confinamento e fecho das escolas.
Fomos perguntando se tinha saudades, se queria ir, o que sentia mais falta. A resposta foi sempre a mesma. Quero ir brincar com os meus amigos.
Hoje vi ele saltar da cama como já não fazia há meses todo contente pelo regresso.
Entrou a medo como se já não se lembrasse qual o caminho até à sua sala mas não hesitou. Hoje além do regresso vai encontrar uma Educadora nova à sua espera. Espero que as novidades sejam recheadas de alegria.
Nós, Pais, ficamos felizes por vê-lo bem mas sobretudo aliviados por voltarmos um bocadinho à normalidade que conciliar horários em tempo de pandemia ainda foi o mais complicado. Esperemos que este desconfinamento seja eficaz e que não seja preciso regredir
Em conversa pelo telefone com o JF disse-lhe que o INEM tinha vindo ao lar buscar dois utentes.
Ele muito preocupado responde-me logo:
-Oh mãe, se mandas os teus velhotes na ambulância vais ficar sem velhotes para cuidar!!!
Agora à distância de uns dias desde o regresso à escola e com o coração mais sossegado mas não menos preocupado.
No pré-escolar há medidas que são impossíveis de cumprir quer pela suas idades quer pelas condições das salas para o número de crianças por turma. Há falhas mas há situações que parecem muito boas no papel e que só depois na prática se percebe que tem de ser alteradas. Foi isto que senti no primeiro dia que havia regras que não iam funcionar exactamente como estava no papel mas fiquei muito feliz quando me apercebi que já tinham sido alteradas quando voltamos no dia seguinte.
Sei que vai ser complicado estas crianças estarem isentas do risco ainda por mais quando na zona os casos dispararam de um dia para o outro mas é tão bom ver a alegria dele cada vez que o vou buscar. A felicidade de contar as novidades e de como foi o seu dia.
Uma mudança de escola, uma nova etapa que aconteceu na pior altura e cheia de restrições.
Mesmo nesta altura de alto risco a escola faz tanta falta aos nossos meninos.
O coração de mãe está mais sossegado mas não menos preocupado.
Conversa entre o JF e o pai
-Pai, estou a ficar sem leitinhos!
-Quando a mãe sair do trabalho vamos comprar mais.
-Ufa, que alivio!!!
...Só que não!
Arrumar a casa e segundos depois estar os brinquedos todos espalhados
Imagem retirada daqui.
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